Escolhas – por que
são tão difíceis?
Eu sempre digo, ou
melhor, eu sempre repito (embora não lembre a fonte) que toda
escolha requer abrir mão de alguma coisa, independente do número de
alternativas – aliás, a meu ver, quanto mais opções, mais difícil se
torna.
O fato é que
fazemos escolhas o tempo todo, o dia inteiro, todos os dias: acordar
ou continuar dormindo; tomar banho de manhã ou quando voltar; que roupa usar e com qual sapato combinar, claro que pensando
também na bolsa e nos acessorios (se é o primeiro encontro ou para
conhecer os futuros sogros, então!); qual caminho fazer – e
acreditar no programa de radio que me indica o que tem menos
transito e me alerta para o trecho que, se for possível, eu evite ou,
eu considere a minha intuição. Mesmo assim não são garantias de que foi uma
boa escolha.
Como saber, então,
quando será uma boa escolha?
Bingo!
Como abrir mão de
algo? Especialmente se não fui criada para tal, do tipo “tive tudo
o que eu quis, de 'mão beijada', não precisava escolher”.
Como voltar atrás
se perceber que não foi a escolha certa?
Por que não damos
ouvidos quando alguém tenta nos avisar?
Por que não
seguimos nossa intuição? – para quem acredita que tem e para quem
acredita que ela acerta na grande maioria das vezes…
Por que escolhemos,
por vezes, caminhos que sabemos não serem certos? – ou tão certos
como gostaríamos?
CASO você não
lembre… TODAS, eu disse TODAS, as escolhas terão consequencias –
boas ou ruins, mas terão. A grande questão é como lidar com essas
consequencias.
Continuando a lista:
como escolher o que fazer primeiro no trabalho? – para quem sabe
administrar o tempo isso é facil ;)
Escolho com quem
falar, com quem não falar; com quem almoçar e onde fazê-lo;
escolho ir sozinha ou com alguém, e, por vezes, até escolho alguém
só para não me sentir sozinha.
Escolho ir por um
caminho ou outro para o almoço, escolho o restaurante – qualquer
que seja o motivo.
Escolho o caminho de
volta – pode ser o mesmo ou não. Tem quem goste de caminhar um
pouco depois do almoço, mesmo com o incômodo do salto alto para nós
“meninas”; ou aqueles que trocam por um par de tênis pelo menos
nesse período.
Escolho sair do
trabalho, ir à academia, ao cinema, à faculdade, à balada ou pra
casa; ainda tenho a opção não sair do trabalho e levá-lo comigo
se sou workaholic.
Escolho com quem ir
à academia, ao cinema, à faculdade ou à balada.
Escolho ir pra casa
ou dormir num hotel ou na casa dele: "na sua casa ou na minha"?
Há a escolha de
onde e como dormir, horário e com quem.
E no dia seguinte
tudo recomeça.
Algumas dessas
mudanças são tranquilas – apesar de existir pessoas tremendamente
indecisas e que sofrem com isso – pra elas até as mais simples
leva-se um bom tempo.
E as escolhas mais
complicadas, do tipo:
Escolha profissional
Escolher casar
Escolher engravidar
e como educar
Escolher autorizar
desligar os aparelhos de um ente querido doente
Escolher eutanasiar
um animal ferido
Escolher a área / a
abordagem / o assunto a seguir depois que terminar a faculdade
Escolher o tipo de
cliente / paciente atender, ou seja, o seu nicho.
Para nós
psicólogos, talvez esse seja um dos maiores dilemas: escolher o
nicho, escolher com que publico atuar.
Achamos que podemos
dar conta de todos os casos que aparecem no consultório, por
exemplo. Não afirmo que não; mas também não digo que sim com
completa certeza.
Escolhendo um nicho,
falamos a linguagem desse publico, a comunicação é direta e
interessante para AMBOS OS LADOS. Você fala o que as pessoas
precisam ouvir (mediante pesquisa de necessidades, por exemplo –
estou sendo simplista, entenda) e elas te ouvem porque sentem
segurança em você, já que você se dedica a esse assunto
especificamente.
E é TÃO melhor
falar com quem QUER te ouvir, com quem tem interesse no que você
pode oferecer...
Mas gostamos de
tantas coisas, como optar por uma, apenas? Abrindo mão das outras.
Simples e doloroso
assim.
Simples e complexo
assim.
A meu ver, o que
está por trás é: o quanto estou disposta a abrir mão de outras
opções em prol de uma apenas?
O quanto estou
disposta a viver o luto por abrir mão dessas outras opções?
Por que é tão
difícil pra mim abrir mão das outras opções?
O quanto suporto
sustentar a escolha feita?
O quanto suporto
sustentar as consequencias da escolha feita – seja ela errada mas
principalmente, a decisão certa.
Tem gente que tem
medo de acertar nas escolhas? SIM…. Mas esse será outro texto.
Eu utilizo duas
formas. Se te ajudar, use...
Quando tenho muitas
opções e é possível, eu me dou sempre duas alternativas por vez.
Um exemplo
simplorio:
A ou B? escolho B
B ou C?
continuo com B
B ou D? escolho D
D ou E? continuo com D
D ou F? continuo com D
D ou E? continuo com D
D ou F? continuo com D
Se D “ganhar” de
todas as outras opções, levo D.
Mais uma vez, é
óbvio que essa forma não serve para qualquer tipo de escolha que
teremos que fazer.
A segunda forma que
funciona muito pra mim é anotar no papel, literalmente, as vantagens
e desvantagens de tal situação.
Exemplo:
Trabalhar com a
Maria no projeto “palestras em escolas”.
Anotei as vantagens
e as desvantagens. Pra mim, que sou visual, as anotações me ajudam a
ver ou conseguir imaginar / visualizar a situação para entendê-la
e me facilitar o processo decisorio.
Um parenteses...Para quem não
conhece, os termos visual, auditivo e cinestesico são conceitos da
neurolinguistica.
Significam:
Significam:
Visual
aprende e interage melhor quando vê as coisas: o aluno que aprende
melhor e mais facilmente quando há ilustrações, frases, lê, ou
seja “vê a explicação”.
O cinestesico
quando toca ou consegue sentir o que estuda, como se vivenciasse a
situação.
E o auditivo
aprende quando ouve, não ajuda muito mostrar graficos e telas, ele
aprenderá melhor se ouvir tudo o que dissermos. Bem
simplificadamente é isso.
Voltando às minhas anotações, o resultado foi: sete vantagens e duas desvantagens em fazer aquele trabalho com a Maria.
Vocês acham que eu
escolhi o que? Montar um projeto para escolas com a Maria, sim, em
alto e bom som. Numericamente, PRA MIM, foi bom. Além das vantagens
em si, claro.
Às vezes mesmo
tendo mais vantagens, eu posso não me sentir confortável com elas.
Nesse momento em que
escrevo esse texto ele não está concluído, mas posso contar
depois.
Pra resumir:
SE tiver que
escolher objetos: dentre as opções que tiver, vá selecionando
“esse ou aquele” e decidindo entre duas alternativas. Quem
for “ganhando” permanece e é comparado aos demais até que outra
alternativa ganhe. Caso leve “todos os pontos”, muito
provavelmente está decidido.
É 100% eficaz? Não…. Como a vida também não é. Mas a mim ajuda.
É 100% eficaz? Não…. Como a vida também não é. Mas a mim ajuda.
SE não for objetos:
faça uma lista com uma coluna Vantagens e outra coluna Desvantagens.
Literalmente colunas uma ao lado da outra para comparar, mesmo,
inclusive numericamente.
Se ainda assim
estiver difícil - o que pode acontecer – talvez a indecisão
resida em aspectos mais profundos. Conversar com pessoas da sua
confiança, com um psicólogo ou com um coach pode auxiliar. E se
você sentir que ajudou, vai fundo!
O que não dá é
pra ficar na dúvida ou no “e se”. Certa vez ouvi: plantei um pé
de “e se” no quintal de casa e nunca deu nada… O que quero
dizer é que não escolher já é uma escolha, é melhor quando
saímos do abstrato para o concreto.
E, pra finalizar, não se preocupe, você NÃO ACERTARÁ TODAS! Aproprie-se de sua vida, de suas escolhas, suporte as consequencias e aprenda algo, SEMPRE.
Até o próximo E
escolha deixar seus comentários ;)
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