Denise Cazotto foi uma das idealizadoras desse projeto em 2009. São encontros mensais com psicólogos formados ou estudantes visando a troca de experiências e networking, e contribuindo para o aperfeiçoamento e/ou desenvolvimento do papel profissional psicólogo. Foi pensado como uma tentativa de "preencher" um gap existente entre a transição do papel de estudante para o papel profissional. Atualmente, Denise e André Mauruto tocam o projeto. Bem vindo!
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
A dor psíquica...
... é uma dor que não doi
... é uma dor que GRITA absurdamente alto mas que raramente alguém a escuta
... é uma dor que sangra mas não escorre pelos orifícios do corpo
... dilacera mas não deixa marca visíveis
... vem revestida de traumas, complexos, "paralisias", medos, fobias, desculpas, auto boicote
... "é a mãe de todas as dores" - alguém já disse
... não se aprende na escola a lidar com ela
... não há ferramenta da medicina que a arranque
... não existe operação que resolva
... não há esporte que a faça desaparecer
... não existe remedio pronto.
Então... como curá-la?
Por incrível que pareça, falando dela! "Mas nem sei que nome tem", você pode dizer. Ok, fale do que SENTE: aperto no peito; vazio; quando acontece tal coisa, sinto raiva; quando acontece x coisa, sinto tristeza; quando acontece y tenho vontade de.... ; lembranças....
Não é recomendado que se fale para qualquer pessoa tampouco para as redes sociais. Converse com quem sabe ouvir e vai respeitar essa dor: o(a) psicologo(a) é um dos profissionais que foi preparado para tal; psiquiatra idem, dependendo do caso.
Se não gostar deles, contar a um amigo de EXTREMA confiança também é válido. Alguém que não te julgue nem diga "isso é bobagem, deixa disso". Bobagem é essa frase. Quem a diz, talvez não consiga entender o que você está sentindo porque nunca se permitiu sentir. Ninguém é imune à dor psiquica. NINGUEM.
A diferença é que é tão, tão, tão, tão, tão mascarada (por vezes) que não vemos como dor. Porque ela é tão, tão, tão, tão, tão dolorida que não consigo entrar em contato.
Negar essa dor não é bom porque ela "se vinga". Para conseguir aparecer ela "convence" seu corpo a se emprestar para ela se manifestar: alguns tipos de câncer, problemas no estômago, na pele, enxaqueca, obesidade, anorexia, depressão etc etc etc.
Não que toda dor de estômago seja causa emocional - embora haja teoricos que dizem que sim, que TODAS AS DOENÇAS são emocionais, mas há quem diga que não.
Eu, particularmente, pendo mais para o lado que tudo tem fundo emocional, sim. Basta escarafunchar bem. Às vezes não tão grave mas é sim manifestação da dor psiquica, do inconsciente. Se não for, porque manifesta exatamente nesse orgão?
É bom ficar alerta se é muito frequente a enxaqueca, por exemplo, especialmente se vai ao medico e ele diz que você não tem problema nenhum. Em outras palavras, ele descarta a hipotese bio e fisiologica, a forma do seu organismo funcionar... Nesse caso por que não olhar mais de perto para isso? Por que não olhar pra você mesmo(a) e se perguntar: o que está acontecendo comigo?, o que, EXATAMENTE, estou sentindo? quando sinto isso?, o que acontece que começo a me sentir assim?...
É muito bom conseguir ser o mais sincero(a) possível com você mesmo(a) pra responder a essas perguntas.
E quando vier algo à cabeça, não dizer "isso não tem nada a ver". Arrisco dizer que a primeira coisa que vier talvez tenha TUDO a ver. Coloque uma lupa, observe mais detalhadamente, mais de perto, esmiuce, detalhe essa resposta. Ela pode ser a ponta do novelo que vai desenrolar uma historia marcante para o seu inconsciente. Por isso é instransferível. Cada um tem a sua dor psiquica.
Na faculdade, lembro-me de professores que diziam: "cada terapeuta tem o paciente que merece". Ainda: "o seu primeiro paciente será aquele que vai mexer com o que não é resolvido em você, psicologo(a)". E ressaltava a importancia da supervisão e da terapia pessoal - para saber diferenciar o que é nosso e o que é do paciente. E sabemos que isso é super verdade e que é imprescindivel nos cuidarmos para cuidar do outro.
E numa empresa, será que isso acontece? Pretendo contar no próximo post...
Até aqui, o que achou?
Um beijo, e até.
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