Oláá,
Hoje quero falar sobre o "início nosso de cada dia" (profissionalmente falando).
Você lembra como foi o seu? O que sentiu assim que se formou? O que pensou? Do que tinha receio/medo?
Vou contar um pouquinho da minha experiência, conforme algumas pessoas me pediram pelo Face e email.
Eu consegui um estagio em seleção numa empresa de plásticos no final do segundo ano da faculdade (1996). Em janeiro de 97, a empresa mudou para o Paraná; fiquei apenas dois meses :(
Dias depois consegui outro, também em seleção. Nessa empresa fiquei o ano inteiro. Era uma metalurgica automotiva multinacional. Mas também fui dispensada. Alegaram que não tinha como efetivar. No fundo, no fundo, no fundo, eu acho que tinha, e iria para a área de treinamento. A empresa estava implantando a ISO 9000, logo, tinha MUITO trabalho a fazer. Mas, muitas pessoas me falavam que eu trabalhava mais do que "minha chefa" e, talvez por isso, eu não tenha ficado. Fazer o que, chorei e senti muitíssimo sair dessa empresa. Gostava por demais.
Nessa metalurgica eu tinha contato com três agencias de emprego. Corri pra buscar trabalho com elas. Em uma delas, estavam contratando. Fui entrevistada e deu certo. Vai eu pra Cotia. Moro em Osasco (até hoje). E estudava em Guarulhos. "Loucura, loucura, loucura". Os seis primeiros meses era estagiária. Aí meu gerente foi remanejado e "como presente" me efetivou e fiquei responsável pela seleção da agencia, bem como, o setor de estágios que era a parte. Fiquei dois anos.
Mas com um ano e meio, mais ou menos, comecei a sentir falta do trabalho em empresa. Eu queria rever o começo, o meio e o fim de um processo seletivo, por exemplo; bem como, o desenvolvimento das pessoas que trabalhavam comigo, especialmente, as que eu contratara.
(Nessa época ficava muito doente. Trabalhava dez, doze horas, sonhava com meu gerente me cobrando o fechamento das vagas, me alimentava super mal... e comecei a ficar internada praticamente uma vez por mês, por infecção na garganta. Sim, infecção na garganta, não passava nem saliva, e daí a necessidade de tomar o remedio via veia - não lembro o termo técnico; intravenal??? Levava uma semana pra melhorar. E mais sonhos com meu gerente, com os clientes, com as vagas...)
Completou dois anos e fui convidada por outra agência a gerenciar uma de suas unidades. Eles estavam em expansão e abriram uma filial em Alphaville - a matriz era no centro de SP. Foi como trocar banho de cachoeira por banho de caneca.
Prometeram mundos e fundos. Acreditei desacreditando. Mas não dei bola para a minha intuição. A minha gerente, à epoca, também me alertou, parecia adivinhar... Fui do contra pois estava querendo voltar para empresa, e não mais agência. Mas, de novo, salário um pouco melhor e o desafio de assumir como gerente sendo que onde eu trabalhava não havia essa possibilidade... renovaram temporariamente o meu ânimo.
No segundo mês de trabalho torci o pé, rompi o tendão, algo assim, não lembro mais... E apesar de ter sido acidente de trabalho eles não consideraram como tal, diga-se de passagem. Fiquei mais de quinze dias afastada, portanto........I N S S. Imagina o quanto fui amada, elogiada e lembrada pela presidente dessa empresa....
Assim que retomei, fui dispensada. Era o ano de 2001.
Uma amiga sabendo do meu desemprego me indicou para uma corretora de seguros que prestava serviços para uma grande seguradora. Eu nunca tinha pensado sequer na expressão "seguro de vida" mas fui. Deu certo. Seleção. Aos poucos, até eu aprender sobre o segmento, o produto e o trabalho deles - venda de seguro de vida, especificamente, em agencia bancaria - comecei a treinar esses vendedores. Não saí mais...
Dessa corretora fui para outra e dessa segunda, os diretores das corretoras decidiram abrir uma associação para centralizar todos os serviços necessários de seleção e treinamento que a seguradora exigia e ficava caro para cada corretora pequena bancar. Trabalhei de 2002 a 2004.
A cada nova exigência da seguradora, novas "desassociações". Até que restaram quatro, apenas, ao termino dos dois anos. Conversei com o presidente à epoca e perguntei: se eu abrir uma empresa, vocês contratam meu serviço de treinamento? "Lógico", ouvi. E corri para abrir a minha empresa. Mas nenhuma das quatro corretoras contrataram meu trabalho. Com o tempo, duas corretoras me chamavam de vez em quando para ministrar o curso técnico básico. E depois outra e outra e outra, ou seja, sempre tinha alguma corretora que me chamava. Recebia super mal nessa epoca porque não sabia cobrar.
Em 2007, ministrando o treinamento numa delas, a pessoa que trabalhava no RH, com seleção e a parte burocrática do treinamento recebeu uma proposta e aceitou. Foi-se. O diretor me chamou e me propos assumir seu lugar afinal, eu já conhecia o trabalho, as pessoas, a rotina etc etc etc. Acabei aceitando. A necessidade era maior e voltei a ser CLT.
Um ano depois, essa corretora deixou de trabalhar com o segmento Vida (seguro de vida) dessa seguradora, ficando com os outros ramos e o credito consignado tomando o lugar de "carro chefe" da corretora; no sentido de ser o segmento que estava bancando a corretora - tamanho lucro. Foi o "boom" do mercado credito consignado. Todos começaram a ofertá-lo.
Era 2008 e fui pedida em casamento. Se aceitasse, mudaria para Londres. MAS... também fui convidada por um supervisor que trabalhara comigo na corretora - e soube da minha saída - para gerenciar o RH de uma pequena empresa, na qual ele estava trabalhando como gerente comercial. Era uma representante de uma operadora de celular que vendia planos de telefonia corporativos.
Conversei com "meu noivo" - embora eu não tivesse decidido se aceitaria ou não casar. Ele me falou: por mim, você não aceita. Eu te conheço, você vai acabar se envolvendo com o trabalho e não virá mais pra cá."
Convenci-o de que seria apenas por três meses - receberia o seguro desemprego e assim juntava mais grana pra ir pra lá. Ok, concordou, meio a contra gosto....
Era uma pequena empresa, como já disse, familiar e de difícil aceitação de rotinas, afinal, dera certo até aquele ponto, porque alguem queria implantar uma serie de coisas... o RH não tinha absolutamente nada.
Resumindo: dos três meses previstos, fiquei seis. Ele percebeu que eu não estava gostando, o trabalho não estava fluindo, a começar por eu não querer ser registrada... e me dispensou. O ruim é que foi naquela epoca de crise horrorosa, em 2008/2009, de difícil trabalho. De janeiro de 2009 e até julho eu não tinha me recolocado - e isso nunca tinha acontecido comigo. Eu sempre tinha trabalho, graças a Deus.
Por fim, sem trabalho, sem noivo - terminamos - e sem ir pra Londres...
Por conta disso tudo, assumi definitivamente a minha empresa e ME ASSUMI empresária (ênfase proposital porque foi a partir daí que as coisas comeeeeeçaaaaram a fluir). Deixei de trabalhar apenas com corretoras de seguros, abri o leque. Comecei a ministrar palestra em empresas e voltei a prestar serviços em recrutamento e seleção.
2010 - efetivei uma parceria para começar os encontros do Café com
Psicólogos. Durou três anos e hoje sigo com outra
parceira, tentando retomar o tamanho que o Café com Psicólogos tinha.
2011 - respondi a um anuncio de uma empresa que estava contratando pessoas que conhecessem seguros. Opa!! Lá vou eu. É uma consultoria, também, e seu maior cliente é uma seguradora - diferente da que eu trabalhei. Estou com eles desde então, ministrando treinamentos técnicos e/ou comportamentais para vendedores de grandes varejistas Brasil afora.
2013 - formação em DISC - ferramenta de mapeamento comportamental BÁÁÁR BAAA RA muito utilizada em seleção, em treinamento, em desenvolvimento de time, em liderança, em coaching, enfim... Ela também estava com processo seletivo para consultor associado. Eu me inscrevi. Deu certo. A DO RO. E incluo essa ferramenta em todas as oportunidades que tenho.
2014 - formação em coaching.... FE NO ME NAL... por enquanto estou atendendo pessoas físicas, e adorando... é MUITO BOM SER COACHING!
2015 - estudando para prestar uma prova no Instituto de Psicologia da USP e cursar Orientação Profissional e de Carreira - curso de um ano!
Vou começar o coaching em grupo com recem formados.
E também formatando um "outro braço" do Café com Psicólogos que envolve supervisão, depois eu conto.
Enfim... essa é a minha história. Contei tudo isso porque em março, retomo os encontros e falarei de iniciação profissional. Serão bimestrais e já até coloquei a programação aqui.
Como foi o seu inicio? E como você, estudante, imagina que será o seu?
Até o próximo post, ;)
Denise Cazotto foi uma das idealizadoras desse projeto em 2009. São encontros mensais com psicólogos formados ou estudantes visando a troca de experiências e networking, e contribuindo para o aperfeiçoamento e/ou desenvolvimento do papel profissional psicólogo. Foi pensado como uma tentativa de "preencher" um gap existente entre a transição do papel de estudante para o papel profissional. Atualmente, Denise e André Mauruto tocam o projeto. Bem vindo!
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Novidades....
Olá, quanto tempo...
Que saudade de escrever pra vocês.
Tenho duas novidades:
Primeira - os encontros do Café com Psicólogos, esse ano, serão bimestrais, começando em março. Já já você receberá mais detalhes, acompanhe no Facebook, por aqui ou pelo email, combinado?
Segue a programação (sujeita a alterações)
21 de março - Iniciação Profissional
16 de maio - Psicologia e Dinheiro - como vai essa relação?
18 de julho - Psicologia Econômica (A CONFIRMAR)
19 de setembro - Agressividade, libido e psicopatia
21 de novembro - Você tem medo de ser feliz?
A segunda novidade é que esse ano começarei uma das extensoes do Café com Psicólogos: o coaching em grupo com recem formados. Estou mega feliz. Sim, tem outra extensao mas essa eu so conto quando estiver formatado, por enquanto estou colocando as ideias no papel.
O coaching em grupo acontecerá aos sábados à tarde na Vila Mariana / SP, com a parceira Cristiane Romano. Quer saber mais? Escreva para cafecompsicologos@gmail.com. Poucas vagas, hein...rs.
Um grande beijo
Que saudade de escrever pra vocês.
Tenho duas novidades:
Primeira - os encontros do Café com Psicólogos, esse ano, serão bimestrais, começando em março. Já já você receberá mais detalhes, acompanhe no Facebook, por aqui ou pelo email, combinado?
Segue a programação (sujeita a alterações)
21 de março - Iniciação Profissional
16 de maio - Psicologia e Dinheiro - como vai essa relação?
18 de julho - Psicologia Econômica (A CONFIRMAR)
19 de setembro - Agressividade, libido e psicopatia
21 de novembro - Você tem medo de ser feliz?
A segunda novidade é que esse ano começarei uma das extensoes do Café com Psicólogos: o coaching em grupo com recem formados. Estou mega feliz. Sim, tem outra extensao mas essa eu so conto quando estiver formatado, por enquanto estou colocando as ideias no papel.
O coaching em grupo acontecerá aos sábados à tarde na Vila Mariana / SP, com a parceira Cristiane Romano. Quer saber mais? Escreva para cafecompsicologos@gmail.com. Poucas vagas, hein...rs.
Um grande beijo
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Hangout 12.12.14 às 20hs para o congresso online para psicólogos - CONPsic
Olá, como vai vc?
Quer assistir quatro palestras diferentes por dia e de graça, uma mais interessante que a outra?
Acontecerá semana que vem, de 15 a 21 de dezembro o CONPsic - Conferencia Online para Psicólogos - formados ou estudantes. É uma oportunidade bem bacana pra saber como outros colegas estão trabalhando por aí; terá palestra sobre marketing; palestra abordando o atendimento on line; outra sobre as inovações em Psicologia; sobre a Psicologia da Sexualidade, enfim... está imperdível!
Dia 16/12 às 14hs eu falarei sobre uma dificuldade que quase todo (a) o(a) psicólogo(a) tem, quanto cobrar por seu trabalho; o tema é: "Psicologia e Dinheiro: como vai essa relação?"
MAS ANTES....sexta-feira, dia 12/12, terá um hangout com alguns dos palestrantes. E eu serei um deles pra falar sobre o Cafécompsicólogos Psicólogos.
Para se inscrever:
www.congressosonlinedigital.com.br/palestrante-denisecazotto
Te espero lá,
Quer assistir quatro palestras diferentes por dia e de graça, uma mais interessante que a outra?
Acontecerá semana que vem, de 15 a 21 de dezembro o CONPsic - Conferencia Online para Psicólogos - formados ou estudantes. É uma oportunidade bem bacana pra saber como outros colegas estão trabalhando por aí; terá palestra sobre marketing; palestra abordando o atendimento on line; outra sobre as inovações em Psicologia; sobre a Psicologia da Sexualidade, enfim... está imperdível!
Dia 16/12 às 14hs eu falarei sobre uma dificuldade que quase todo (a) o(a) psicólogo(a) tem, quanto cobrar por seu trabalho; o tema é: "Psicologia e Dinheiro: como vai essa relação?"
MAS ANTES....sexta-feira, dia 12/12, terá um hangout com alguns dos palestrantes. E eu serei um deles pra falar sobre o Cafécompsicólogos Psicólogos.
Para se inscrever:
www.congressosonlinedigital.com.br/palestrante-denisecazotto
Te espero lá,
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
A dor psiquica - parte 2
Oláá
Eu comecei a escrever sobre a dor psiquica e continuarei aqui...
Será que ela existe no âmbito empresarial?
Por incrivel que pareça, sim. E do mesmo jeito. Dentre outros motivos, por isso é que surgem os conflitos entre as equipes, pessoas das quais não gostamos de trabalhar e o motivo pode ter mais a ver comigo do que propriamente com a pessoa - chamamos isso de projeção, em Psicologia.
Em outras palavras: somos seres humanos em constante relação, portanto, sociais. Logo, o outro (seja quem for) sempre "provocará" em mim certas reações e eu nele(a). É reciproco. (Ressalto que não apenas nas empresas, acontece o tempo todo, o dia inteiro, todos os dias e lugares)
Entendamos esse "provocar". É mexer com conteudos meus (e eu com os deles(as)) que se não trabalhados, a dor psiquica se manifesta, ganha força: é um problema interpessoal aqui, é um problema de falta ali, atestado acola e, consequentemente, o afastamento e o absenteísmo alto. Quem paga por isso é a empresa. E isso é caro!
Você conhece alguma empresa doente? Existe? Sim, porque seu(s) dono(s) o são. Uma empresa não funciona por meio das paredes, do seu patrimonio, dos seus ativos ou das cadeiras. Quem faz os relatorios, as apresentações, as seleções e os treinamentos, as projeções, as vendas, as cobranças são..... pessoas!
Pessoas estas gerenciadas por outras pessoas, que por sua vez, também têm como seu superior, pessoas.
Conheci uma empresa em que quase todos os funcionarios, literalmente, tinham depressão algum tempo depois trabalhando - principalmente os que atuavam diretamente com a diretoria - e ficavam afastados. À epoca uma dessas pessoas não ia havia dois anos fazendo tratamento - e achavam isso um absurdo!
Era familiar e pequena. Num ótimo local, fisicamente falando, com um espaço incrivel MAS subutilizado. O pai como diretor comercial saía todos os dias, só ia para o escritório no fim da tarde, quando ia. A mãe quase não se via por lá mas "era gente boa e deixava e até estimulava o riso". O filho, unico, era o diretor administrativo. Ele ficava no andar de cima e observava a todos no andar de baixo por meio de câmeras. Se alguém se levantasse para ir à mesa de outra pessoa, ele ligava para essa segunda perguntando o que fulano estava fazendo em sua mesa.
Alegavam que por já terem sido assaltados mais de uma vez é que colocaram as câmeras e a empresa de segurança (FORTE para uma empresa pequena, diga-se de passagem).
Quer dizer, o diretor era o doente NESSE CASO. E acabava afetando seus colaboradores. O clima era super ultra mega pesado, assim que entravamos nela dava pra sentir.
NÃO ESTOU DIZENDO PARA AS EMPRESAS NÃO TEREM SEGURANÇA E CAMERAS E AFINS... mas não deixar seu colaborador respirar, controlar o tempo de ida ao banheiro, não deixar tomar água ou café - tranquilamente -, não deixar rir.... é de se estranhar, concorda?
No caso em que alguem ria, segundo relatos, ele ligava perguntando qual era a piada e se não tinham o que fazer. SE não tivesse era pra subir que ele mesmo arrumava algo.
Quem aguenta trabalhar numa empresa assim sem se "contaminar"? Qualquer pessoa trabalha num lugar desses? NÃO. Se ela sente o clima pesado, se ela percebe a quase falta de palavras e de educação, sente a falta de olhar entre os colaboradores... e ela não quer isso pra ela, definitivamente não é candidato para essa empresa. Quem aguentava alegava extrema necessidade financeira e PÂNICO de ser mandada embora por isso se submetia.
O clima era tão pesado que algumas pessoas andavam curvadas - literalmente, de novo.
Pois é... espantado(a)? Foi isso o que eu quis dizer com "dor que grita mas quase ninguém ouve; dor que não doi; dor que dilacera... tudo o que falei no começo do texto.
E você, é feliz na empresa em que trabalha? Está contente com sua escolha ou passa o dia projetando e procurando falhas nos colegas? Se está bem, que otimo! Se não está............. a vida é muito curta pra viver dias ruins.
Até o proximo.
P.S.: decidi que vou escrever de vez em quando, seja que assunto for... aliás já tenho várias textos, só vou digitá-lo aqui. Mas diga o que acha, combinado?
Eu comecei a escrever sobre a dor psiquica e continuarei aqui...
Será que ela existe no âmbito empresarial?
Por incrivel que pareça, sim. E do mesmo jeito. Dentre outros motivos, por isso é que surgem os conflitos entre as equipes, pessoas das quais não gostamos de trabalhar e o motivo pode ter mais a ver comigo do que propriamente com a pessoa - chamamos isso de projeção, em Psicologia.
Em outras palavras: somos seres humanos em constante relação, portanto, sociais. Logo, o outro (seja quem for) sempre "provocará" em mim certas reações e eu nele(a). É reciproco. (Ressalto que não apenas nas empresas, acontece o tempo todo, o dia inteiro, todos os dias e lugares)
Entendamos esse "provocar". É mexer com conteudos meus (e eu com os deles(as)) que se não trabalhados, a dor psiquica se manifesta, ganha força: é um problema interpessoal aqui, é um problema de falta ali, atestado acola e, consequentemente, o afastamento e o absenteísmo alto. Quem paga por isso é a empresa. E isso é caro!
Você conhece alguma empresa doente? Existe? Sim, porque seu(s) dono(s) o são. Uma empresa não funciona por meio das paredes, do seu patrimonio, dos seus ativos ou das cadeiras. Quem faz os relatorios, as apresentações, as seleções e os treinamentos, as projeções, as vendas, as cobranças são..... pessoas!
Pessoas estas gerenciadas por outras pessoas, que por sua vez, também têm como seu superior, pessoas.
Conheci uma empresa em que quase todos os funcionarios, literalmente, tinham depressão algum tempo depois trabalhando - principalmente os que atuavam diretamente com a diretoria - e ficavam afastados. À epoca uma dessas pessoas não ia havia dois anos fazendo tratamento - e achavam isso um absurdo!
Era familiar e pequena. Num ótimo local, fisicamente falando, com um espaço incrivel MAS subutilizado. O pai como diretor comercial saía todos os dias, só ia para o escritório no fim da tarde, quando ia. A mãe quase não se via por lá mas "era gente boa e deixava e até estimulava o riso". O filho, unico, era o diretor administrativo. Ele ficava no andar de cima e observava a todos no andar de baixo por meio de câmeras. Se alguém se levantasse para ir à mesa de outra pessoa, ele ligava para essa segunda perguntando o que fulano estava fazendo em sua mesa.
Alegavam que por já terem sido assaltados mais de uma vez é que colocaram as câmeras e a empresa de segurança (FORTE para uma empresa pequena, diga-se de passagem).
Quer dizer, o diretor era o doente NESSE CASO. E acabava afetando seus colaboradores. O clima era super ultra mega pesado, assim que entravamos nela dava pra sentir.
NÃO ESTOU DIZENDO PARA AS EMPRESAS NÃO TEREM SEGURANÇA E CAMERAS E AFINS... mas não deixar seu colaborador respirar, controlar o tempo de ida ao banheiro, não deixar tomar água ou café - tranquilamente -, não deixar rir.... é de se estranhar, concorda?
No caso em que alguem ria, segundo relatos, ele ligava perguntando qual era a piada e se não tinham o que fazer. SE não tivesse era pra subir que ele mesmo arrumava algo.
Quem aguenta trabalhar numa empresa assim sem se "contaminar"? Qualquer pessoa trabalha num lugar desses? NÃO. Se ela sente o clima pesado, se ela percebe a quase falta de palavras e de educação, sente a falta de olhar entre os colaboradores... e ela não quer isso pra ela, definitivamente não é candidato para essa empresa. Quem aguentava alegava extrema necessidade financeira e PÂNICO de ser mandada embora por isso se submetia.
O clima era tão pesado que algumas pessoas andavam curvadas - literalmente, de novo.
Pois é... espantado(a)? Foi isso o que eu quis dizer com "dor que grita mas quase ninguém ouve; dor que não doi; dor que dilacera... tudo o que falei no começo do texto.
E você, é feliz na empresa em que trabalha? Está contente com sua escolha ou passa o dia projetando e procurando falhas nos colegas? Se está bem, que otimo! Se não está............. a vida é muito curta pra viver dias ruins.
Até o proximo.
P.S.: decidi que vou escrever de vez em quando, seja que assunto for... aliás já tenho várias textos, só vou digitá-lo aqui. Mas diga o que acha, combinado?
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
A dor psíquica...
... é uma dor que não doi
... é uma dor que GRITA absurdamente alto mas que raramente alguém a escuta
... é uma dor que sangra mas não escorre pelos orifícios do corpo
... dilacera mas não deixa marca visíveis
... vem revestida de traumas, complexos, "paralisias", medos, fobias, desculpas, auto boicote
... "é a mãe de todas as dores" - alguém já disse
... não se aprende na escola a lidar com ela
... não há ferramenta da medicina que a arranque
... não existe operação que resolva
... não há esporte que a faça desaparecer
... não existe remedio pronto.
Então... como curá-la?
Por incrível que pareça, falando dela! "Mas nem sei que nome tem", você pode dizer. Ok, fale do que SENTE: aperto no peito; vazio; quando acontece tal coisa, sinto raiva; quando acontece x coisa, sinto tristeza; quando acontece y tenho vontade de.... ; lembranças....
Não é recomendado que se fale para qualquer pessoa tampouco para as redes sociais. Converse com quem sabe ouvir e vai respeitar essa dor: o(a) psicologo(a) é um dos profissionais que foi preparado para tal; psiquiatra idem, dependendo do caso.
Se não gostar deles, contar a um amigo de EXTREMA confiança também é válido. Alguém que não te julgue nem diga "isso é bobagem, deixa disso". Bobagem é essa frase. Quem a diz, talvez não consiga entender o que você está sentindo porque nunca se permitiu sentir. Ninguém é imune à dor psiquica. NINGUEM.
A diferença é que é tão, tão, tão, tão, tão mascarada (por vezes) que não vemos como dor. Porque ela é tão, tão, tão, tão, tão dolorida que não consigo entrar em contato.
Negar essa dor não é bom porque ela "se vinga". Para conseguir aparecer ela "convence" seu corpo a se emprestar para ela se manifestar: alguns tipos de câncer, problemas no estômago, na pele, enxaqueca, obesidade, anorexia, depressão etc etc etc.
Não que toda dor de estômago seja causa emocional - embora haja teoricos que dizem que sim, que TODAS AS DOENÇAS são emocionais, mas há quem diga que não.
Eu, particularmente, pendo mais para o lado que tudo tem fundo emocional, sim. Basta escarafunchar bem. Às vezes não tão grave mas é sim manifestação da dor psiquica, do inconsciente. Se não for, porque manifesta exatamente nesse orgão?
É bom ficar alerta se é muito frequente a enxaqueca, por exemplo, especialmente se vai ao medico e ele diz que você não tem problema nenhum. Em outras palavras, ele descarta a hipotese bio e fisiologica, a forma do seu organismo funcionar... Nesse caso por que não olhar mais de perto para isso? Por que não olhar pra você mesmo(a) e se perguntar: o que está acontecendo comigo?, o que, EXATAMENTE, estou sentindo? quando sinto isso?, o que acontece que começo a me sentir assim?...
É muito bom conseguir ser o mais sincero(a) possível com você mesmo(a) pra responder a essas perguntas.
E quando vier algo à cabeça, não dizer "isso não tem nada a ver". Arrisco dizer que a primeira coisa que vier talvez tenha TUDO a ver. Coloque uma lupa, observe mais detalhadamente, mais de perto, esmiuce, detalhe essa resposta. Ela pode ser a ponta do novelo que vai desenrolar uma historia marcante para o seu inconsciente. Por isso é instransferível. Cada um tem a sua dor psiquica.
Na faculdade, lembro-me de professores que diziam: "cada terapeuta tem o paciente que merece". Ainda: "o seu primeiro paciente será aquele que vai mexer com o que não é resolvido em você, psicologo(a)". E ressaltava a importancia da supervisão e da terapia pessoal - para saber diferenciar o que é nosso e o que é do paciente. E sabemos que isso é super verdade e que é imprescindivel nos cuidarmos para cuidar do outro.
E numa empresa, será que isso acontece? Pretendo contar no próximo post...
Até aqui, o que achou?
Um beijo, e até.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Nosso próximo encontro - 20/09/14
Falaremos sobre a dificuldade que a maioria de nós, psicólogos, temos em cobrar por nossos serviços, mas que é possível, sim, viver da nossa profissão.... venha!!
Será ministrado por Denise Cazotto e Cristiane Romano - psicólogas e psicodramatistas que vivem da profissão.
Denise atua em RH desde 1997, especificamente em treinamento e seleção, e é Coaching.
Cristiane é psicóloga clínica desde 1994, professora e palestrante.
Segue mais detalhes na foto abaixo.
Ah... estou à disposição no Skype: cafe.com.psicologos.
Até lá,
Denise Cazotto
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